Disfagia Infantil

No dia 12 de dezembro celebrou-se o Dia Mundial da Deglutição.

Muitas são as vezes em que ao longo do dia comemos e não pensamos quais os mecanismos inerentes a este ato. Mais do que ingerir comida trata-se de uma sequência sensoriomotora coordenada que promove o encaminhamento seguro do alimento para o trato gastro intestinal.

O que envolve o ato de deglutir?

Deglutir é o ato de “engolir” o alimento. Existem classificações que segmentam a deglutição em três fases: a oral, faríngea e esofágica. A fase esofágica é involuntária, pelo que não depende do controlo consciente da pessoa. Na fase oral está incluída outra função do sistema estomatognático (a mastigação) que vai influenciar no modo como o alimento vais ser deglutido. A fase faríngea compreende não só o vedamento da cavidade nasal, mas também o encaminhamento do alimento para o esófago.

- Vídeos deglutição típica (criança/adulto)

A criança em desenvolvimento típico nasce com reflexos que lhe permitem realizar uma sucção deglutição coordenada e segura. Após integrados os reflexos orais a criança tem de aprender a mastigar alimentos de diferentes texturas e resistências para que realize uma deglutição adequada.

No entanto muitas são as crianças que apresentam dificuldades na deglutição (disfagia). Estas podem advir de uma mastigação ineficiente que provoca dor e desconforto ao deglutir ou dos próprios mecanismos inerentes ao processo de deglutição.

Estas podem surgir isoladas ou constituir sintomas de quadros clínicos como:

- - Perturbações neuromotoras
  - Prematuridade
  - Perturbações do espetro do autismo
  - Síndromes;
  - Refluxo ou perturbações gástricas;
  - Problemas respiratórios;
  - Fenda palatina, entre outros.

Importa estar atento aos sinais e fazer um encaminhamento para o terapeuta da fala especializado em alimentação que poderá realizar uma avaliação das competências da criança necessárias à alimentação.

Sinais de alerta:

- - Engasgos frequentes;
  - Alterações de coloração ao engolir;
  - Tosse durante e depois da refeição;
  - Escape de alimento pelo nariz;
  - Espirros frequentes à refeição;
  - Pneumonias frequentes;
  - Resistência em ingerir diferentes alimentos;
  - Evitamento de líquidos;
  - Dificuldade em mastigar diferentes alimentos;
  - Birras à refeição;
  - Arqueamento do corpo ao engolir;
  - Fuga das refeições;
  - Ficar cansado durante as refeições;
  - Dificuldade em controlar a baba;
  - Alterações de voz após as refeições;
  - Desconforto/esforço/sensação de dor ao engolir;
  - Em bebés, ter dificuldade na amamentação:
    - choro frequente ao ser apresentada a mama;
    - ficar cansado durante a amamentação;
    - ter dificuldade em realizar a pega na mama;
    - adormecer durante a refeição;
  - Seletividade alimentar.